Catequistas

SER, SABER E SABER FAZER:
Três Qualidades do Catequista
O
povo de Deus recebeu a vocação e a consagração de anunciar e
testemunhar o Evangelho. Nesta vocação comum, o Senhor escolhe alguns
para o serviço da catequese. Portanto, os catequistas são convocados por
Deus mediante a Igreja, para desempenhar a missão evangelizadora da
educação na fé.
A
fim de que estes agentes pastorais possam desempenhar de maneira
responsável e qualitativa o seu ministério, devem prestar uma particular
atenção às suas competências, entre as quais está o serviço à Palavra
de Deus e à Igreja.
A formação
A
formação integral dos catequistas, delineada no Diretório Geral para a
Catequese numa tríplice dimensão: ser, saber e saber fazer, procura
tornar os catequistas capazes de desempenhar de forma mais consciente a
sua tarefa na comunidade eclesial.
A
finalidade destas três características educativas consiste em
acompanhar progressiva e permanentemente o agente pastoral da catequese,
a fim de que ele possa desenvolver a própria personalidade cristã,
aonde confluem os valores e a sabedoria humana, a síntese da fé e o
compromisso pastoral.
Este
programa didascálico comporta o conhecimento da Bíblia e da teologia,
da pedagogia e da comunicação, da liturgia e da espiritualidade. Tudo
isto não diz respeito de maneira exclusiva a um simples saber
intelectual, mas sim a um conhecimento a nível de testemunho, ou seja, a
uma profunda experiência de comunhão, de misericórdia e de certeza do
amor de Deus, que consiga fazer do catequista um autorizado educador na
fé.
Servidor da Palavra
A
atitude típica do cristão consiste em praticar na sua própria
existência o projeto de vida do Mestre, expresso de forma categórica,
com as seguintes expressões: Com efeito, o Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc
10, 45). Por conseguinte, é mediante a participação no Mistério pascal
de Cristo que cada um dos batizados se une à vontade do Pai, mas de
maneira ainda mais específica aqueles que desempenham um determinado
ministério no seio da comunidade eclesial.
Conseqüentemente,
a espiritualidade do catequista impõe uma escuta participativa da
Palavra em ordem a uma interiorização, a um confronto e a uma resposta
existencial. Consciente do seu papel a desempenhar na Igreja, ele tem
necessidade de uma familiaridade com a Sagrada Escritura para acompanhar
os irmãos na intimidade com o Verbo do Pai.
Da
meditação fiel da Bíblia, como uma conseqüência lógica, o catequista
poderá iluminar, encorajar e instruir os catequizandos a não se deixarem
desanimar pelas dificuldades, a não se submeterem aos critérios
secularizadores, hoje predominantes na sociedade, e a não venderem a sua
dignidade de filhos de Deus.
Os
livros sagrados forjam a mente e o coração do catequista, tornando-o
capaz do martírio, ou seja, de dar testemunho da fé, onde se manifesta a
sabedoria bíblica, porque conquista o domínio da Sagrada Escritura;
inquietude missionária, porque adquire a consciência do incansável zelo
missionário evangelizador de Jesus, caminha no seguimento dos seus
passos para alcançar todas as pessoas com amor salvífico; caridade
veemente, porque segundo o exemplo do Senhor se inclina diante do
sofrimento do homem para dar alívio e infundir esperança, sinais
evidentes de que o seu agir constitui um eco do novo mandamento: «Amarás
ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro manda mento. O segundo é
semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas» (Mt 22, 37-40).
Da
recepção humilde e obediente da Palavra revelada, o catequista
dispõe-se a servir a comunidade eclesial para a edificar na comunhão, na
diaconia e na missionariedade.
Servidor da Igreja
O
ministério do catequista nasce, vive e realiza-se no seio da Igreja;
por isso, ele pode ser considerado plena e justamente animador da
comunidade eclesial, promotor da educação, da alimentação e do
amadurecimento da sua fé, além de testemunha daquilo em que o povo de
Deus acredita, daquilo que o mesmo celebra, vive e reza.
Uma
das finalidades específicas da catequese consiste em iniciar os
catecúmenos na vida comum, onde se vive a experiência de amar e louvar a
Deus, de se ajudarem uns aos outros e de se aperfeiçoarem
fraternamente, de com partilharem as tribulações e as alegrias, de
oferecerem a própria disponibilidade, tolerância, paciência e prudência
nos relacionamentos interpessoais, de tal maneira que, em qualquer
situação, a Igreja se apresente como ícone da Santíssima Trindade.
Nesta
altura, é necessário relevar a importância do relacionamento de
colaboração entre os catequistas e os pastores, em vista de realizar
conjuntamente a programação pastoral da catequese, para que ela possa
corresponder de maneira constante à sua natureza no contexto da missão
evangelizado ra da Igreja.
Por
sua vez, os pastores que se interessam sinceramente pela preparação dos
catequistas, cuidam da sua competência doutrinal e metodológica,
enquanto se dedicam à orientação espiritual e virtuosa destes agentes
pastorais. E tudo isto, sempre para servir e edificar a Igreja de Deus,
na certeza de que cada um dos ministérios encontra a sua gênese na
confiante chamada divina. "Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que
vos escolhi a vós e que vos destinei para irdes e dardes fruto, e que o
vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16).
O serviço eclesial à Palavra
Através
de uma análise da realidade social contemporânea, evidencia-se o
afastamento de tantos batizados da Igreja, porque os valores que no
passado orientavam o comportamento humano, atualmente são ameaçados por
uma mentalidade ateia; por conseguinte, é necessária uma séria e
qualificada catequese em que a Palavra de Deus seja apresentada orgânica
e unitariamente, mediante a sua linguagem narrativa dos acontecimentos
salvíficos e através do seu impetuoso poder de redenção.
Não
com menos urgência, é necessário demonstrar a identidade apostólica da
igreja, onde o catequista desempenha o seu serviço em particular
sintonia e comunhão com ela. Quanto mais forem evidenciados o amor e a
responsabilidade em relação à comunidade eclesial, tanto mais os
catequizandos se sentirão como verdadeiros filhos da igreja, orientados
pelas Sagradas Escrituras. (L'Osservatore Romano)
Site: www.buscandonovasaguas.com
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